tropeçamos sempre no mesmo vício: avaliar os sentimentos. como se daí extraíssemos o que fazer com o resultado. livrar-me deste, ter mais daquele, otimizar o outro. fórmula atrás de fórmula. cada vez mais em abstrato. com mais regras de alto nível. que implementam qualquer coisa, com o intuito de provocar uma outra que se chegar ao ponto desejado vai permitir uma outra ainda. quase sempre um desejo final, um propósito último: paz. paz imaculada. sempre a guerra para obter essa paz, que só chega quando lhe apetece, e sempre mais foge se a perseguimos.
a pressa tola. a pressa com os miúdos, o estacionamento, o anda lá no supermercado, rápido para chegarmos a horas a um sítio onde teremos tempo, mas nunca chegando bem esse momento. sempre para depois. sempre o sentimento de culpa a fustigar um pouco mais de disciplina. espreme que a terás, porque tem de ser. sempre sacrificar agora para obter o depois.
papá, vi um pássaro a entrar num ninho, anda lá joão, que estou tão atrasado. deus meu, um pássaro a entrar num ninho, ouviu-se lá falar de coisa tão mágica, ali mesmo nas árvores do marquês, o miúdo encantado com o momento de ver, não no canal panda num episódio da patrulha pata, não num écran de telemóvel no youtube, mas ali, em frente aos seus jovens olhos, com toda a subtileza da cor viva, do som ao vivo, do molhado da chuva nas penas e nos ramos a luz brilhante, sem vidros de écran, nem limites para a verdadeira alta definição do puro real. um pássaro a chegar ao seu ninho, num buraco de árvore mais perfeito do que o do livro de histórias que se lê ao deitar. um qualquer melro a vir proteger-se do mau tempo na casota onde vive. nada excecional e ao mesmo tempo incrível. tão básico quanto precioso. tão simples quanto perfeito. ali e eu nada, que não temos tempo, que é preciso chegar a um sítio que promete um dia haver a magia que ali estava, à mão de semear.
saberemos nós ainda imaginar o que é ver isto pelos olhos de uma criança? ter-se-á perdido a maquinaria que gerava esse filme de paz, de magia, de sonho, de descoberta libertina e desregrada? despudor ainda não conspurcado de usar a mente, de deixar usar a mente, de deixar a mente ser usada como tela, do mais incrível filme de pura criação de experiência, de pura criação dos pilares da experiência, nova, em mutação, em permanente redefinição, pacífica, fluída, autónoma, uma viagem, a viagem existencial...
saberá ainda, alguma parte de nós, o que é olhar como uma criança?
quão disponível essa paz, tão aqui perto. e quão enevoado está cá dentro, que nem a vemos. a um passo. a uma pausa de 5 segundos de ver. de olhar para onde o miúdo apontou. estancar a passada bastou para ver ser criada essa fotografia. inteira. completa. 3D, 4D, 1000D... fotografia tanta, quanta cabe numa mente por um momento espaçosa, cheia de nada, cheia desse espaço onde tudo se desenha, onde cada nada ganha vida.
sossegue-se esse ruído mental, e por um instante seremos deus...
Gonçalo Gil Mata
(Foto: Peninsula de Valdez, PATAGONIA, ARGENTINA)
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