Enquanto coach executivo tenho trabalhado assiduamente com o tema do equilíbrio pessoal vs profissional. E é habitual ver um esforço temporário, com intenções estratégicas, ir invadindo terreno, ir conquistando vida, e quando tal o que seria supostamente uma fase torna-se quem a pessoa é.

 

 

Há que medir. Há que fotografar com alguma isenção. 

 

 

- E essa pressão assim tão intensa vai há quanto tempo? Se calhar fazíamos aqui um pequeno esquema cronológico. 

 

 

- Humm... talvez o último ano, ano e meio, não sei bem... quando fizemos a fusão, aí estava mesmo mal, quase em esgotamento. e desde então quase não tive férias, foi sempre a abrir! bem, disse um ano e meio, mas, pensando bem, isso já foi há... pois, há 4 anos! bolas, o tempo passa... e, pensando bem, antes disso, no arranque, também sacrifiquei muito lá em casa. e antes estive uns anos na xxx e também era um ritmo alucinante. bem, assim feito o esquema, caramba... você põe isto muito matemático... já vivo assim há dez anos!

 

 

De que estaria disposto a abdicar para ter uma vida mais próxima do que quer? O que estaria disposto a perder?

 

 

Vivemos num equilíbrio de forças. E quando queremos espaço para fazer caber qualquer coisa de novo, há sempre algo que tem que saltar fora. E quando a mudança necessária é radical, é como levarmos o elefante à loja de porcelana. E deixá-lo partir o que for para partir, até caber. Até se esparramar no chão e espreguiçar confortavelmente, que se lixem os vasos Ming da nossa mente... são esses que nos estão a prender.

 

 

"Isto é só uma fase" - tem a certeza?...

 

 

 

Gonçalo Gil Mata