Todos os anos paro, em especial, para pensar nisto: o que é a felicidade? É um estado? É um momento? É só uma ideia romântica inventada por um qualquer sentido de ordem arbitrário?
A pergunta é tanto o meu vício existencial como profissional. Eterno e permanente. Vivo embuído desta vontade de investigar o que caracteriza uma vida bem vivida, no sentido de bem-estar, de amplitude existencial. Surge-me artística a miscelânea dessa fórmula de bolo. Quase intangível e ao mesmo tempo tão concreta e simples e evidente.
Passará certamente por sentir o vento na cara, poros bem abertos para aspirar com intensidade o mundo da experiência, da consciência da experiência. Com certeza terá também como ingrediente uma noção de liberdade. Bem diferente da que imaginava mais novo: "poder fazer o que queria". Nada disso, liberdade extrema é a do rio, constrito pelas montanhas, preso no seu leito, e ao mesmo tempo sempre em movimento, pura liberdade das águas ondulantes, nunca as mesmas, um fluído constante de equilíbrio, de movimento, de dinâmica orgânica, de alinhamento. E penso nos momentos mais intensos de liberdade que vivi quando nada desejei. Como um rio que nada quer e apenas flui.
E que dizer das tempestades dos sentimentos, das emoções? E que parecem atrapalhar tanto esta história da felicidade... Sobre eles digo que é um sossego sabermos que não somos responsáveis por essa parte... Eles que venham e vão, que é isso que sempre fazem. Assiste-nos um certo bem-estar quando a dor é só dor, e para lá do vendaval, rodopiamos tontos na segurança de um eterno amparo, sempre maior do que nós. Não será a felicidade também isso, essa possibilidade de dançar com tudo? Numa eterna segurança de saber que cada sentimento é só isso, uma núvem de pensamento?
Falta-me ainda na fórmula a ideia de direção. Que sinto cada vez menos pessoal, menos individual. Não nos guiemos por essa check-list inventada do que tem de ser, não. Antes sintamos para onde é o trilho como se varejássemos o deserto por água, sensíveis a um subtil tremer da agulha. Planeamento quando faz sentido, porque não, mas sem inverter papéis: o plano como ferramenta, nunca como mestre. Não vá esse mapa inventado tapar-nos a vara certeira sem darmos por ela.
E não será também sinal de felicidade aceder a permanente combustível, qual energia renovável infinita, acordar com o entusiasmo e a certeza de que um novo dia se ergue, como um manancial de oportunidades de vibrar com este misterioso fenómeno de estar vivo, deixando que a vida nos viva? Acedendo à segurança de podermos ser vividos sem amarras, sem limites, sem medidas de contenção? Totalmente livres para os mais simples e profundos momentos?
E aí está. O momento. Sempre o momento. O agora. O já, aqui a escrever isto, aí a ler o que eu escrevi. Já pensou que isto que está a ler foi criado num dado agora? Vem-me sempre esta ideia quando penso no tema da felicidade. Porque no momento está tudo. Está a ausência do tempo. Está a densidade volumétrica de nos expandirmos numa dimensão que não é apenas progredir para atingir o que quer que seja. Não. É auto-suficiente. Tudo contido num só instante. Um instante infinito na largura, na espessura, na textura, num desafio autêntico da ideia de tempo. Uma passada que se estanca em pleno passeio, em frente a uma qualquer loja idiota de candeeiros, e surge o pasmo de estar a ver tudo pela primeira vez, como um extraterrestre, tudo ao mesmo tempo se desmontando à minha frente, e o espaço, imenso, gigantesco, infinito, para todas as direções, dimensões, múltiplos portais sensoriais numa disponibilidade sem fim. Que se abre quando nada faz sentido exceto apenas ver, e ouvir e absorver, num quase-regresso aos primeiros meses de vida, o disco ainda virgem, por riscar, apenas os sentidos trabalhando, a perceção divertida, a viajar pelo sensorial, o pleno sensorial, espoliado de raciocínio, ausente de intenção, livre de vontade, de desejo, de progresso, de perseguição.
Uma simples montra de candeeiros, e o mais rico momento de sempre explodindo-me com a mente conhecida, num simples "apenas estar", quase a prometer um possível "apenas ser"...
A paz como nosso centro permanente, temporariamente ofuscada aqui ou ali por algum nevoeiro de intenção, que ao dissipar nos devolve a esse ponto inicial. A apenas ser. Mas não parados. Quase nunca parados. A paz sossegada de um rio veloz que apenas é. Que no meio de toda a sua turbulência e velocidade e confusão, apenas é.
Cada vez mais recorrente a minha linha de conclusões: será a felicidade alguma outra coisa que não seja um longo e simples "apenas ser"?...
Gonçalo Gil Mata
(Foto: Rio Amazonas, BRASIL)
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